quinta-feira, 15 de setembro de 2011

SORTE

Eu acordei muito atrasada e fiquei nervosa em vestir-me tão apressada.
Logo, hoje! Há auditoria no meu trabalho.
Começo a me responsabilizar por ter ido dormir tão tarde.
Desculpe-me, mas, sou muito certinha e me culpo, quando não sai a risca as minhas metas.
Saí como uma desesperada..
Peguei o primeio táxi que surgiu.
O motorista me pareceu gentil e fazia perguntas, mas eu estava zangada e fui ríspida na primeira oportunidade.
O motorista mudou de comportamento e ficou calado.
Senti-me culpada. Mas, a culpa era dele, que falava tanto e era tão gentil...
Enfim: não tenho tempo para sentimentalismo bobo e estou atrasada.
Cheguei no trabalho e já estava meia hora atrasada.
Estava tensa e envergonhada. Como, eu, tão certinha e brilhante funcionária estava  atrasada.
O ascensorista, seu Manoel, tentou falar algo comigo, mas eu estava irreconhecível e fiz com as mãos que não podia perder qualquer tempo.
No trabalho, o auditor externo estava presente com a sua equipe e dono da empresa iniciava o seu discurso acerca do trabalho da auditoria. Eu entrei e foi aprensentada como a chefe do setor. Pedi desculpas pelo atraso e, imediatamente, apresentei os relatórios.
No final do dia, a equipe externa estava satisfeita com o trabalho da minha equipe. O dono da empresa também, mas aí, caiu a ficha: eu fui, na grande parte do dia, rude com os meus subordinados, com seu Manoel, o ascensorista e até com o taxista e por que? Um atraso involuntário, causado pela procupação da véspera.... Ou, pelo excesso de trabalho? O motivo não importa. A falta era em não respeitar meus amigos e as pessoas que me trataram tão bem...
Gente, achei-me pequena como ser humana.
Antes de terminar o trabalho, fiz um agradecimento a equipe e pedi desculpas pelo meu comportamento no decorrer do dia e disse que era um defeito que eu deveria superar. Minha equipe quebrou o clima fazendo uma brincadeira e nos despedimos.
No hall, eu esperava o elevador e quem o conduzia era seu Manoel e estava quieto.
Eu entrei e o cumprimentei e, também, pedi desculpas a ele. Ele sorriu e entregou-me um convite de casamento da filha e convidou-me a ser madrinha do casamento religioso.
Devolvi o sorriso. Agradeci e aceitei o convite honroso e dei-lhe um beijo na face. Ele sorriu e parecia o velho Manoel, que eu tinha conhecido há cinco anos sempre simpático e solícito com todos.
Quando sai do trabalho, estava leve peguei um táxi. O taxista era sério, mas foi cordial e o percurso foi tranquilo e rápido.
Cheguei no meu lar e aprendido uma excelente aula de não culpar os outros pelos percalços da vida, nem se culpar.
Bem, foi um dia de sorte!

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